
As ondas da vida sempre nos pareceram, para muitos, uma grande verdade. Assim, torna nossos dias difíceis plenos de esperanças, aguardando os dias em que iremos surfar em ondas melhores.
O brasileiro, na sua essência, é reconhecido como um povo otimista.
Ao tomar conhecimento e analisar os gráficos publicados na página da FGV, que trazem números espelhando os resultados das pesquisas A escalada da Desigualdade e Como Vai a Vida, com dados até Março 2021 ( Neri, Marcelo C. Diretor FGVC Social) considerando indicadores objetivos e subjetivos, vemos na grande maioria destes, uma linha que nos levou a um precipício assustador, não às ondulações das curvas que nos lembram as ondas que banham boa parte de nosso território.
O bem-estar social e, consequentemente os indicadores subjetivos estudados mostram correlação com o bem-estar econômico.
O objetivo aqui, é trazemos luz para as análises dos gráficos que demonstram os indicadores subjetivos das emoções cotidianas estudadas: satisfação com a vida, raiva, preocupação, estresse, tristeza e divertimento.
O bem-estar social, que teve demonstrado no gráfico quase nenhuma alteração considerando o primeiro trimestre de 2020 com o início da serie histórica em 2012, teve uma queda assustadora de 19,4% no 2021T1.Fonte: FGV Social/CPS a partir de microdados da PNADC trimestral/IBGE. OBS: Renda Efetiva Domiciliar Per Capita do Trabalho, BES = media (1-Gini)
E a tão desejada felicidade? Será que nos deixou? A pesquisa demostra que se vínhamos tendo oscilações com viés de queda nos anos de 2014 a 2018, no ano de 2020 chega ao menor ponto da série histórica iniciada em 2006. Segundo a FGV social a partir do Gallup World Poll, a felicidade geral da Nação brasileira que vinha caindo desde 2013, tem queda de 0,4 pontos na pandemia, chegando ao menor ponto histórico dos últimos 15 anos.
A desigualdade da condição econômica da sociedade reflete na desigualdade na felicidade, onde a nota média dos 40 % mais pobres fica em 5.5 e a nota média dos 20% mais ricos chega a 6.9 com uma ligeira alta. O impacto da queda é quase em sua totalidade refletido nas classes menos favorecidas da sociedade.
Em comparação aos demais países pesquisados pelo Gallup World Poll, a nota de satisfação da vida presente do brasileiro caiu de 6.5 em 2019 para 6.1 em 2020, ou seja, houve uma involução no Brasil o que não aconteceu nos demais 40 países considerados.
Outro dado alarmante e sentido por todos nós é o aumento do índice de raiva que cresceu de 19% em 2019 para 24% em 2020 medido nos brasileiros com 15 anos ou mais. Aumento de 5% quando no mundo este avanço foi de 0,8% pontos percentuais.
Os demais índices subjetivos também demonstram uma grande desvantagem do Brasil em relação aos demais 40 países pesquisados: preocupação sobe 3,6 pontos percentuais a mais no Brasil; estresse sobe 2,9 pontos percentuais a mais no Brasil; tristeza sobe 2.2 pontos percentuais a mais no Brasil. E finalmente divertimento que é uma emoção positiva cai 6,8 pontos percentuais a mais no Brasil.
Diante destes números nos perguntamos “onde mora a felicidade”?
Podemos buscar respostas nas vozes de muitos brasileiros e imaginar que seria lá no rancho do vale (Tião Carreiro e Pardinho), ou a Felicidade mora onde seu coração está (DR Vinc) ou ainda a Felicidade mora Lá (Grupo Minuano). Gosto de pensar que a Felicidade Mora Aqui, na voz de Padre Reginaldo Manzotti .
Para que a felicidade de fato faça morada aqui no nosso amado Brasil é necessário, primeiro conhecer a realidade e colocar estes indicadores em vários ambientes onde o debate acontece.
Meu proposito ao escrever este artigo é colaborar para a amplificação dos debates e levantar alguns questionamentos que considero importantes quer seja no ambiente micro ou no macro.
Como estão e ficarão as famílias atingidas pela pandemia, emocional e economicamente? Como as empresas estão se preparando para lidar com as sequelas físicas que atingiu muitos sobreviventes? Como o ambiente empresarial é impactado pelos índices de felicidade e, consequente tem sua rentabilidade comprometida? Qual o impacto destes índices na economia setorial? Quais ações podem ser feitas? Como as Associações de Classes, Sindicatos e afins poderão atuar junto aos seus associados/ filiados?
A morte de um indivíduo impacta na estrutura do núcleo familiar e, com certeza a morte de milhares de pessoas em um curto espaço de tempo, impacta na estrutura da sociedade, em especial nos pilares econômicos, sociais e emocionais, tornando-se então, reponsabilidade de todos.
Deosinedes Mognato/ Desenvolvimento & Mentoria / Master PNL / Colaboradora da FENAG Educação
Parabéns Deosinedes. Vc brilha como o sol!
Muito Obrigada! Que eu possa ajudar pessoas com meu trabalho, é meu desejo. Abs
Parabéns, excelente artigo!!!
Muito Obrigada!!